Tailândia - Pai - Primeiros dias
Já estou em
Pai, uma pequena cidade no Norte da Tailândia, a cerca de 3h de Chiang Mai.
Cheguei na passada 3ª feira ao final da tarde, estoirada! O caminho é
lindíssimo, ainda que muito sinuoso, e acidentado. A estrada basicamente
atravessa uma densa floresta tropical, de vegetação muito variada e com grande
contraste de verdes.
Esta viagem
teve como mote o querer aprofundar um conceito que está a ser desenvolvido aqui
denominado "Cross Culture Co-creation" (deixo-vos o link para um video explicativo).
Quando
cheguei, liguei para a Christina, uma americana de meia idade, responsável por
este projecto, que me veio buscar à “Bus station”.
O pouco
tempo que estive à espera deu para me aperceber o que posteriomente vim a confirmar:
cheguei ao paraíso dos backpackers e dos hippies!
A primeira
impressão é que a cidade está repleta de estrangeiros e é difícil encontrar
tailandeses que não estejam em estabelecimentos comerciais. Depois é ver
pessoas de todas idades e origens, de mochilas às costas.
Seguimos para casa (a cerca de 15 min da cidade, a pé), onde é suposto ficar nas próximas 3 semanas. Fica situada num sítio lindíssimo, rodeada de campos e elevações verdejantes e salpicados, aqui e ali, por casas e búfalos.
Cheguei claramente
num momento de transição. Um grupo de voluntários estava a preparar-se para ir
embora. Senti de imediato que entrei num filme de personagens, mas que só faria
sentido focar-me naqueles que ficassem.
Assim
apresento-vos Max, um argentino de 24 anos mas que nasceu muito velho, tal como
Benjamin Button. Começou a viajar com 13 anos e ainda não parou. Uma pessoa
muito bonita pelo coração que tem. Apesar de ser argentino, os seus
pais são libaneses e foi criado pelos avós marroquinos. É um rapaz muito
especial.
Conheci a
Letícia, uma brasileira muito bonita e doce que tráz a harmonia à casa, mas que
infelizmente está de partida.
Há a Kasey,
uma americana despachada, com uma gargalhada contagiante e que canta maravilhosamente,
e por fim a Rimu, uma tailandesa muito simpática e delicada, com um sentido de
humor apurado 😉.
No dia
seguinte conheci ainda a Gop, outra tailandesa da minha idade, muito divertida,
com um sentido de humor igualmente requintado e com quem eu me identifico em
vários aspectos, curiosamente.
Aqui o
slogan é “same same but different”, e começa-se a entranhar em mim.
Os dias
passam rapidamente, com trabalho até à hora do almoço (à séria!!), e a partir
das 15h é quando conseguimos pensar em fazer algo mais. Aqui faz um
calor fortíssimo durante o dia e frio à noite.
O primeiro
dia foi dedicado à construção de um dormitório para rapazes, essencialmente com
barro, erva e frascos ou garrafas de vidro, sobre uma construção de bamboo. Uma
experiência ótima porque me permitiu conhecer melhor os meus companheiros,
apesar de estar estoirada no final.
De facto, tenho
aprendido imenso. As tarefas podem ser muito diversificadas desde a limpeza da
casa (uma tarefa impossível já que está no meio do campo e não tem paredes na
parte de baixo), a cozinhar ou a jardinar.
Estamos
também a executar algumas tarefas de preparação para o evento internacional que
vai acontecer na próxima semana e só nessa altura saberei melhor o que se vai passar.
Já tive a
oportunidade de fazer uma massagem tailandesa (por sinal bastante vigorosa e
que me preocupou pelo facto de me terem feito estalar toda a coluna com os
pés), passar pela zona dos elefantes e ir a Tha Pai Hotspring com o Max, onde
tomámos um banho maravilhoso de águas vulcânicas (tudo graças à Letícia que
tinha ido de madrugada e nos ofereceu os bilhetes que dão para o dia inteiro).
Só o caminho é lindíssimo e o facto de ter ido a guiar uma mota, fez o meu dia!
Também
conheci o bar Art in Chai, um local
cultural especialíssimo, com Open Mic às 5as feiras, onde pessoal com imenso talento
participa seja cantando, seja recitando poemas ou expressando-se de alguma
forma.
Fui ainda ao
Drum Circle, evento que acontece às
6as feiras, em que qualquer um pode batucar, dançar e fazer habilidades com
fogo (desde que saiba 😄).
Nesse dia
juntou-se a nós um novo voluntário, o Javier, pouco mais velho que eu, com ar
de alemão mas claramente espanhol, na forma como fala e se expressa. Muita
energia! Um bem disposto que se tem vindo a revelar um companheirão.
Enfim, há
muito mais para vos contar sobre Pai, mas terei tempo para o fazer.
Para já fica
a ideia que estou claramente num processo de adaptação, a conhecer muita gente
e muitas coisas e ainda à procura do meu lugar.
Este
movimento faz-me ficar grata à vida já que é um enorme promotor de crescimento
e fez-me redescobrir que sou bastante mais sensível do que às vezes me dou
conta 😊
Grande Maria! Que bom saber de ti! Dá notícias, sempre!
ResponderEliminarÉs uma querida! :)
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