Cabo Verde - Cidade da Praia/ Associação Pilorinhu - Set 2016
Engraçado que a decisão de
viajar e a compra do bilhete para a Cabo Verde - Cidade da Praia - foi tão em cima da hora que nem tive tempo para
processar horários. Parti de Lisboa e cheguei sem qualquer atraso.
Sorri com o
prazer de sentir logo à saída do avião, 28ºC e uma humidade de deixar o corpo
colado! Sim, tinha chegado!
Pensei que
aterrava à meia-noite, e estava apreensiva. Queria avisar a minha
cicerone (prima Mariana) que afinal, chegara 2h mais cedo. Mas não havia razão
para me afligir. O tempo que demorei a conseguir o visto, repôs praticamente o
rigor no horário ;)
A minha
prima e a Paulina (uma guineense vistosa e super simpática) trabalham juntas e
partilham uma casa com uma vista encantadora sobre a "Prainha" - um pequeno recorte de costa, de areia e pedras
pretas. Ao redor um morro verdejante. Custa a acreditar que a maior parte do
ano tem uma tonalidade amarela. Mas eu cheguei na época das chuvas, e não me
arrependo.
Estes três
primeiros dias foram marcados essencialmente pelo reconhecimento da área e reuniões.
Cruzando a informação recolhida na Embaixada Portuguesa, alguns contactos extraordinários
cedidos pela minha amiga e colega São e conversas com a Mariana, a Paulina, a
Laura (espanhola muito despachada e descontraída), o Polo (francês, boa pinta e
muito porreiro), a Aleida (super inteligente e culta), acho que começo a ter
uma coleção de dados e um panorama muito interessante da realidade.
Cabo Verde é
um país insular, constituído por cerca de meio milhão de habitantes,
distribuídos pelas 10 ilhas. A diáspora é muito relevante, e existem mais
caboverdianos a residir fora do que dentro do país. Parece que cerca de 65% da
população tem idade inferior a 25 anos, tendo uma estrutura etária marcadamente
jovem.
Aqui, tenho
a sensação que me posso “apaixonar” inúmeras vezes ao dia. Não me refiro apenas
ao facto de serem “bonitos para xuxu” (homens e mulheres)! É também um povo muito
afável e disponível. Têm um coração grande, são generosos e têm um espírito
cívico interessante.
Fiquei
particularmente entusiasmada e impressionada com a Associação Pilorinhu .
Situada na Achada Grande Frente, este projeto nasceu de um espaço público
abandonado, que foi ocupado e recuperado por um grupo de Ativistas de várias
comunidades, seguidores dos ideais de Amílcar Cabral.
É absolutamente comovente
conhecer o trabalho que estes jovens fazem para contribuir para a melhoria das
condições da sua comunidade e, ao fazê-lo, torna-se óbvio porque é que ganharam
o prémio “Direitos Humanos Operation Day Work”.
Mas a título de descanso, o que
valeu mesmo foi o final da tarde de ontem. O Lourenço, amigo da minha querida
São, teve a simpatia e generosidade de me vir buscar e levar à Cidade Velha.
Esta localidade fica já fora da Cidade da Praia. A estrada que nos conduz até lá,
atravessa montes, atualmente verdejantes, e o gado ainda muito magro,
passeia-se tranquilo, adivinhando-se menos ansioso com o pasto renovado.
A Cidade Velha é uma zona histórica importante da ilha, destaca-se as ruínas de um antigo e importante edifício e um forte muito bonito, situado em cima de um morro. Cá em baixo, casinhas pitorescas, arranjadas e um pequeno e bonito recorte de praia. É claramente uma zona mais tranquila e turística.
Beneficiei
das saudades que o querido Lourenço tem da minha amiga São. Bebi uma água de
côco, seguida de uma "noiva" (leia-se, uma cerveja "estupidamente"
gelada) e moreia frita. Absolutamente genial!
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