Portugal - Linda-a-Velha em Transição - Último dia de Novembro 2016!
Já vos disse que ando a estudar movimentos,
ferramentas e metodologias que promovam a participação da sociedade civil, não?
Pois bem, hoje venho falar-vos de um projecto
integrado no Movimento de Transição (Transition Network).
Este movimento nasce a partir de um permacultor, no Reino Unido, que
perspetivou a necessidade de criar comunidades resilientes e sustentáveis face
a mudanças que ele antevia associadas a questões de dependência energética do
petróleo, cruzadas com as alterações climáticas.
Rege-se por um conjunto de princípios
essenciais com vista à criação de comunidade felizes, resilientes e em
equilíbrio com o meio onde estão integradas. A mim chamou-me especialmente a
atenção o princípio do respeito pelos limites dos recursos e a criação de
resiliência e o princípio da subsidiariedade (auto-organização e tomada de
decisão no nível apropriado).
Este movimento está espalhado por todo o mundo e eu quis perceber
melhor como é que isto se concretizava. Fui pesquisar a plataforma Transição Portugal.
Pois bem, ontem fui conhecer o projecto “Linda-a-Velha em
Transição”, que representa uma das iniciativas deste movimento.
Cheguei ao Centro Comunitário de
Linda-a-Velha onde fui recebida pelo Fernando Oliveira e o Tiago Reis que muito
simpaticamente se disponibilizaram para me explicar como é que a comunidade ali
se organiza, na companhia de um óptimo café!
É muito interessante porque a história
começou a partir de uma palestra sobre o movimento há uns anos e dali surgiu um
pequeno grupo de pessoas interessadas. Depois foram realizando vários eventos
de sensibilização, o que permitiu não só fortalecer laços como aumentar o
número de participantes. Posteriormente, constituíram-se grupos para o
desenvolvimento de projetos, considerados pelos próprios, de interesse.
O Fernando e o Tiago explicaram-me que
actualmente é difícil perceber quantos projetos estão a decorrer em
Linda-a-Velha e quantas pessoas estão envolvidas, sendo que isto é defeito meu
(de quem procura avaliar tudo). De facto, o que é que interessa? O que importa
é o que acontece!
E o que acontece entre outras coisas é um
projecto por uma Educação para a Transição (muito associada aos ensinamentos do
Professor José Pacheco), com enorme envolvimento dos pais nas escolas; a
criação de uma horta urbana (vencedora do orçamento participativo em Oeiras),
um projeto sobre mobilidade e outro associado ao desenvolvimento pessoal
(transição interior).
E tudo isto sem ser necessário haver uma
liderança formal, as coisas vão acontecendo tendo por base o respeito pelos
princípios que regem o movimento. É extraordinário!
Os meus cicerones, levaram-me depois a
conhecer o trabalho desenvolvido no agrupamento de escolas de Linda-a-Velha,
através das hortas pedagógica e urbana, e de como estes se têm tornado espaços
lúdicos, de socialização e educacionais para toda a comunidade.
Pessoal, não há explicação o entusiasmo e a esperança
que me acompanhou até casa! Muito obrigada, Fernando e Tiago!
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