Cabo Verde - Ilha de São Tiago - Rabelados



Esta semana foi marcada por dias cheios, preenchidos por reuniões de trabalho e visitas a projetos e instituições. 


De facto, pude visitar uma série de bairros e perceber um pouco melhor a Cidade da Praia, que não é muito intuitiva uma vez que tem questões importantes associadas à falta de planeamento urbanístico.
Esta questão faz com que se procure minorar os problemas resultantes. 
Um exemplo disso mesmo foi a criação do Centro de Intervenção Comunitária da Bela Vista, um equipamento que presta apoio a um bairro resultante da construção maciça de casas ilegais.

Outra temática que me tem chamado a atenção e despertado interesse é o papel da Mulher nesta sociedade, marcadamente matriarcal. São absolutamente extraordinárias!
Elas trabalham, cuidam dos filhos, têm níveis de participação política e cívica como nunca vi. Enfim…levam tudo à frente! 
É toda uma outra forma de exercício do feminino. Não é ser “maria-rapaz”, é ser assertiva na procura da autonomia. Fazer por conquistar o poder e o controlo sobre a própria vida. Tem sido realmente um privilégio conhecer muitas destas mulheres :)



Cabo Verde parece ser ainda um país que valoriza e aposta na cultura. Pelo menos a capital oferece atividades culturais e desportivas, tendencialmente gratuitas, muito participadas. É o Mindelac, são lançamentos de livros, música ao vivo em todo o lado, aulas abertas de ginástica ou de dança na rua…querendo, programas não faltam toda a semana!


De resto, tive a possibilidade de fazer uns passeios pela ilha, que é de facto lindíssima, graças à Mariana e ao Lourenço.
Nesta altura do ano, as estradas percorrem paisagens de um verde frondoso, acompanhadas por colinas, vales, achadas e picos. 
Pelo centro da ilha, fui até à praia de São Francisco (uma praia encantadora logo à saída da capital) e conheci a Assomada, a 2ª cidade mais populosa mas muito acolhedora (em 3 horas fiz uma série de amigos :D).
Fui ainda até ao Tarrafal, em que, para além de se poder visitar o antigo campo de concentração criado pelo Estado Novo, em 1936, tem uns recortes de praia de areia branca deliciosos. A água é quente e transparente, com ótima visibilidade, cheia de cardumes de peixes de diferentes espécies (sim, eu fiz snorkeling!)



Tive ainda a sorte de visitar os os Rabelados de Espinho Branco, uma comunidade religiosa que surgiu a partir de grupos que se revoltaram contra as reformas na liturgia da Igreja Católica, isolando-se do resto da sociedade, correndo hoje risco de extinção. Interessantíssimo! Sabino Gomes Rabelarti (sabinorabelarti@gmail.com), verdadeiro relações públicas da comunidade, terá todo o prazer de vos acompanhar. 

Por fim, o caminho de regresso à cidade da Praia, via Calheta de São Miguel, ainda que muito diferente, é igualmente fabuloso! Ao verde, que faz jus ao nome do país (embora apenas num período curto do ano), junta-se o azul do mar, que acompanha toda esta costa de areia preta, mais árida já que exposta aos ventos vindos do Sahara.

Comentários

  1. Maria, lindo texto e que retrata com autenticidade o que dizes. És GRANDE, minha amiga. Espero que a fusão do teu profissionalismo e a tua boa disposição continua a dar frutos e proveitosos. Força !!! e vai dando noticias.
    Dava tudo para estar aí contigo. Um Xi coração São

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  2. Também eu, minha querida!Mas sabes que vai acontecer, não sabes? Beijos com saudades

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  3. Boas descobertas! O que descobriste sobre os jovens?
    beijos

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